Cezar Sena[1].
INTRODUÇÃO
Imagine-se diante de um desafio
aparentemente intransponível: conquistar sua tão sonhada vaga em um concurso
público. Você já se perguntou por que algumas pessoas parecem absorver
conhecimento como esponjas, enquanto outras lutam para reter informações
básicas? E se eu lhe dissesse que a diferença não está na inteligência
inata, mas em técnicas poderosas que desvendam os segredos do seu próprio
cérebro?
Prepare-se para uma jornada fascinante
pelos meandros da neurociência aplicada aos estudos. Neste artigo, revelaremos
10 estratégias revolucionárias, respaldadas por renomados pesquisadores
brasileiros, que irão transformar radicalmente sua forma de aprender e
memorizar. Estas não são apenas dicas superficiais, mas ferramentas
cientificamente comprovadas para desbloquear o verdadeiro potencial do seu
cérebro. Quer seja você um concurseiro veterano ou está apenas começando sua
jornada, prepare-se para descobrir como reprogramar sua mente para o sucesso.
Afivele os cintos: sua aprovação nunca esteve tão próxima!
1. PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO DO ESTUDO
Imagine seu cérebro como um GPS altamente
sofisticado. Para chegar ao seu destino - a aprovação no concurso - você
precisa programá-lo corretamente. O planejamento estratégico é essa
programação. Ao estabelecer metas claras e dividi-las em objetivos menores,
você cria um mapa mental que seu cérebro pode seguir facilmente.
Iván Izquierdo, neurocientista brasileiro,
explica em seu livro "Memória" que nosso cérebro funciona melhor
quando tem objetivos claros. Ele afirma: "A memória se forma melhor quando
há um propósito claro para a informação" (IZQUIERDO, 2011, p. 45).
Portanto, ao planejar seus estudos, você não está apenas organizando seu
tempo, mas também otimizando a forma como seu cérebro processa e armazena
informações.
2. TÉCNICA
POMODORO PARA GESTÃO DE TEMPO
Você já se pegou estudando por horas a
fio, apenas para perceber que sua mente vagou e você não absorveu quase nada? A
técnica Pomodoro é a solução para esse problema. Ela consiste em alternar
períodos de 25 minutos de estudo intenso com pausas curtas de 5 minutos.
Como explica a neurocientista brasileira
Suzana Herculano-Houzel em seu livro "O Cérebro Nosso de Cada Dia":
"O cérebro humano não foi projetado para manter o foco por longos
períodos. Alternar entre concentração e descanso é a melhor maneira de manter a
atenção e a produtividade" (HERCULANO-HOUZEL, 2009, p. 78). Ao adotar
essa técnica, você trabalhará em sintonia com os ritmos naturais do seu
cérebro, maximizando sua capacidade de aprendizado e retenção.
3. PRÁTICA
DE MINDFULNESS PARA FOCO
Em um mundo cheio de distrações, a
capacidade de manter o foco é um superpoder. O MINDFULNESS, ou
atenção plena, é o treinamento desse superpoder. Trata-se de uma prática que ensina
seu cérebro a se concentrar no momento presente, ignorando distrações externas
e internas.
O psiquiatra brasileiro Augusto Cury, em
seu livro "Ansiedade: Como Enfrentar o Mal do Século", ressalta:
"A prática regular de mindfulness não apenas melhora a concentração, mas
também reduz significativamente os níveis de ansiedade, um dos maiores inimigos
dos concurseiros" (CURY, 2013, p. 112). Incorporar exercícios simples
de mindfulness à sua rotina de estudos pode ser a chave para desenvolver um
foco inabalável.
4. SONO
DE QUALIDADE PARA CONSOLIDAÇÃO DA MEMÓRIA
Você sabia que parte crucial do seu
aprendizado acontece enquanto você dorme? O sono não é apenas um período de
descanso, mas um momento ativo de processamento e consolidação das informações
aprendidas durante o dia.
O neurocientista Sidarta Ribeiro, em seu
livro "O Oráculo da Noite", enfatiza: "Durante o sono,
especialmente nas fases de sono profundo e REM, o cérebro 'repassa' as
informações aprendidas, fortalecendo as conexões neurais e transferindo o
conhecimento da memória de curto prazo para a de longo prazo"
(RIBEIRO, 2019, p. 203). Priorizar um sono de qualidade não é luxo, é
necessidade. Estabeleça uma rotina de sono regular e suficiente, e você
verá uma melhora significativa na sua capacidade de retenção e recuperação de
informações.
5. TÉCNICA
DE RECUPERAÇÃO ATIVA
Muitos estudantes caem na armadilha de
passar horas relendo o material, acreditando que isso é suficiente para o
aprendizado. No entanto, a neurociência nos mostra que o verdadeiro
aprendizado ocorre quando testamos ativamente nosso conhecimento. A
pesquisadora brasileira Lilian Milnitsky Stein, em seu livro "Falsas
Memórias", explica: "O ato de recuperar ativamente uma informação,
como ao fazer um teste, fortalece as conexões neurais associadas a essa
memória, tornando-a mais resistente ao esquecimento" (STEIN, 2010, p. 87).
Portanto, incorpore testes simulados,
questões de concursos anteriores e exercícios práticos à sua rotina de estudos.
Cada vez que você se testa, está literalmente fortalecendo as conexões neurais
relacionadas ao conteúdo estudado.
6. APRENDIZAGEM
ESPAÇADA
Você já ouviu o ditado "água mole em
pedra dura, tanto bate até que fura"? A aprendizagem espaçada funciona de
maneira similar. Em vez de estudar um tópico intensivamente uma vez e nunca
mais revisá-lo, a técnica consiste em revisitar o conteúdo em intervalos
crescentes.
O psicólogo cognitivo José Carlos Libâneo,
em sua obra "Didática", afirma: "A revisão espaçada
aproveita o fenômeno da curva do esquecimento, reforçando as memórias
justamente quando elas começam a enfraquecer, o que resulta em uma retenção
muito mais duradoura" (LIBÂNEO, 2013, p. 156). Implementar essa
técnica pode parecer desafiador no início, mas existem aplicativos e sistemas
que podem ajudar você a gerenciar suas revisões de forma eficiente.
7. ALIMENTAÇÃO
E EXERCÍCIOS PARA SAÚDE CEREBRAL
Seu cérebro é
como um carro de Fórmula 1 - precisa do melhor combustível e manutenção
regular para performar em alto nível. Uma dieta balanceada, rica em
ômega-3, antioxidantes e vitaminas do complexo B, combinada com exercícios
regulares, é essencial para manter seu cérebro em ótima forma.
A nutricionista Sophie Deram, em seu livro
"O Peso das Dietas", ressalta: "Uma alimentação equilibrada e exercícios
regulares não apenas melhoram a saúde física, mas têm um impacto direto na
saúde cerebral, melhorando a memória, a concentração e a capacidade de
aprendizado" (DERAM, 2014, p. 178). Considere sua dieta e rotina de
exercícios como parte integral do seu plano de estudos.
8. TÉCNICAS
DE VISUALIZAÇÃO E MAPAS MENTAIS
Nosso cérebro é incrivelmente eficiente em
processar informações visuais. Aproveitar essa capacidade através de
técnicas de visualização e mapas mentais pode revolucionar sua forma de estudar
e memorizar informações complexas.
O educador Tony Buzan, cujo trabalho foi
traduzido e amplamente difundido no Brasil, explica em "Mapas
Mentais": "Os mapas mentais mimetizam a forma como nosso cérebro
naturalmente organiza informações, criando associações visuais que
facilitam a compreensão e a memorização" (BUZAN, 2009, p. 34). Experimente
criar mapas mentais para os tópicos mais desafiadores do seu edital e veja
como isso pode transformar sua compreensão e retenção do conteúdo.
9. GERENCIAMENTO
DO ESTRESSE
O estresse é um dos maiores
inimigos do concurseiro. Ele não apenas afeta seu bem-estar
emocional, mas também tem um impacto direto na sua capacidade cognitiva e na
qualidade do seu aprendizado.
A psicóloga brasileira Marilda Lipp, em
seu livro "O Stress Está Dentro de Você", enfatiza: "O estresse
crônico pode prejudicar a formação de novas memórias e a recuperação de
informações já aprendidas" (LIPP, 2000, p. 92). Implementar técnicas de
gerenciamento de estresse, como respiração diafragmática, meditação e
exercícios de relaxamento progressivo, não é apenas bom para sua saúde mental,
mas essencial para seu sucesso nos estudos.
10. ESTABELECIMENTO
DE ROTINA E AMBIENTE DE ESTUDO
Seu cérebro adora padrões e rotinas.
Estabelecer uma rotina consistente de estudos e criar um ambiente dedicado
ao aprendizado pode fazer maravilhas pela sua produtividade e capacidade de
concentração.
O psicólogo Flávio Gikovate, em seu livro
"Ensaios sobre o Amor e a Solidão", observa: "O cérebro humano
responde positivamente a ambientes e rotinas familiares, entrando mais
facilmente em 'modo de aprendizagem' quando reconhece sinais associados ao
estudo" (GIKOVATE, 2006, p. 143). Crie um espaço dedicado aos estudos,
livre de distrações, e estabeleça uma rotina regular. Seu cérebro
agradecerá, recompensando-o com sessões de estudo mais produtivas e eficazes.
Implementando essas técnicas baseadas em
neurociência e adaptadas à sua realidade, você dará a si mesmo as melhores
chances de sucesso em seu concurso. Lembre-se, a jornada para a aprovação é uma
maratona, não uma corrida de 100 metros. Com persistência, estratégia e as
ferramentas certas, você chegará lá! Seguindo essas dicas, a probabilidade de
SUCESSO será muito maior. Boa sorte e boa prova. Depois me conte o resultado, compartilhando
as estratégias que mais influenciaram no seu resultado.
REFERÊNCIAS:
BUZAN, T. Mapas
mentais. Rio de Janeiro: Sextante, 2009.
CURY, A. Ansiedade:
Como enfrentar o mal do século. São Paulo: Saraiva, 2013.
DERAM, S. O
peso das dietas. São Paulo: Sensus, 2014.
GIKOVATE, F. Ensaios
sobre o amor e a solidão. São Paulo: MG Editores, 2006.
HERCULANO-HOUZEL, S. O
cérebro nosso de cada dia. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2009.
IZQUIERDO, I.
Memória. Porto Alegre: Artmed, 2011.
LIBÂNEO, J. C.
Didática. São Paulo: Cortez, 2013.
LIPP, M. O
stress está dentro de você. São Paulo: Contexto, 2000.
RIBEIRO, S. O
oráculo da noite: A história e a ciência do sonho. São Paulo: Companhia das
Letras, 2019.
STEIN, L.
M. Falsas memórias: Fundamentos científicos e suas aplicações clínicas e
jurídicas. Porto Alegre: Artmed, 2010.
[1] MESTRE em Educação – PUC/SP; Especialista em
Gestão da Escola – USP; MBA em Gestão Empreendedora – UFF; Neuropsicopedagogo;
Psicopedagogo e Pedagogo. Diretor de Escola Pública; Professor universitário;
Escritor; Palestrante, Coach e blogueiro.
Instagram: @cezar.sena / site: www.cezarsena.com.br / Youtube: PODSENA