CEZAR SENA*
Muitas pessoas acreditam erroneamente que a CRIATIVIDADE é um dom inato. Que elas nasceram assim mesmo, têm que se conformar. Mas o que é mesmo criatividade? De onde vem a criatividade? Você se acha criativo? Acha que ter criatividade é privilégio de poucos? Pois bem, neste artigo, minha intenção sensibilizá-los ou provocá-los a refletir sobre o que é criatividade.
Verifique se você já passou pela seguinte experiência. Num dado momento da vida lhe deu um “estralo”, eureka! Surgiu uma grande ideia. Mas quando comentou com alguém foi logo rotulado como louco. Ou por exemplo, ao observar uma obra de arte, considerou o artista que a criou louco. Não se preocupe, não está sozinho, como diz o ditado popular de “médico e louco todo mundo tem um pouco”. Umas das minhas canções preferidas é Balada dos loucos dos Multantes, que diz: “Dizem que sou louco por pensar assim/ Se eu sou muito louco por ser eu feliz/ Mas louco é quem me diz/ E não é feliz...Sim, sou muito louco, não vou me curar/ Já não sou único que encontra a paz/ Mas louco é quem me diz/ E não é feliz, eu sou feliz.” Saiba que loucura e criatividades andam lado a lado.
Segundo a visão da psicanálise de Sigmund Freud esta interpretação não está totalmente equivocada. “De longe, a mais importante para Freud, a criatividade, origina-se num conflito dentro do inconsciente (id). Mais cedo ou mais tarde, o inconsciente produz uma “solução” para o conflito. Assim, neurose e criatividade têm a mesma fonte, sendo tanto a pessoa criativa como a neurótica impelida pela mesma força: a energia do inconsciente”. (BARRETO 1982:88)
Não que uma pessoa criativa necessita ser neurótica, muito pelo contrário, a lucidez é que nos dá a consciência da nossa criatividade. Para Barreto (1982) a criatividade é uma expressão de sanidade. No comportamento criativo, uma pessoa sente dignidade, autoconfiança, amor e bem-estar emocional.
Concordo que a “criatividade é uma expressão de sanidade” e provavelmente você já experimentou a sensação de um ato de criação, aquele bem-estar emocional que nos envolve e nos faz tanto bem. Portando a criatividade é aprendida, precisamos desapegar desse mito que nos impede de desenvolver nossos talentos. Acredite, ninguém nasce criativo, nos tornarmos. Como? Lendo, pesquisando, ouvindo e acima de tudo compartilhado nossos saberes. ACREDITE EM VOCÊ, na sua capacidade criativa, mas não esqueça:
1ª) Procure romper suas "verdades únicas", por mais doloroso que isto seja para você;
2ª) Procure aprender com seus erros, não fique martirizando a si próprio;
3ª) Valorize as experiências pessoais daqueles que estão próximos de você;
4ª) Desenvolva o hábito de leitura;
Referências:
BARRETO, Roberto Mena. Criatividade em propaganda. 3ª Ed. São Paulo: Summus, 1982
SENA, Clério Cezar Batista, CONCEIÇÃO, Luiz Mário: provocações, percepções e criatividade. 2003 (apostila)
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*MESTRE EM EDUCAÇÃO: Psicologia da Educação, PUC/SP, MBA em Gestão Empreendedora – UFF, Especialista em Gestão da Escola, USP, Psicopedagogo Institucional e Clínico, Especialista em Educação Infantil e Pedagogo. Professor e orientador do CENSUPEG/BRASIL, Diretor da EE Tenente Ernesto Caetano de Souza. E-mail: cezar.sena@hotmail.com
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