Clério Cezar Batista Sena
Belmeri Cagnoni Silva
RESUMO
Este artigo aborta a importância da afetividade no trabalho pedagógico. As descobertas da neurociência dando relevância à afetividade num processo pedagógico com motivação despertando o interesse, a curiosidade, construindo um novo olhar nas diferenças entre educar e aprender vão além dos aspectos cognitivos e sociais tornando capaz de entrar no mundo da leitura a da escrita, às investigações do funcionamento do cérebro interagindo entre a genética e estimulação a comunicação entre neurônios, o aprendizado acontece através de métodos, estratégias diferentes de ensinar necessitando de professor preparado, sintonizados e comprometidos desenvolvendo um ensino diversificado e diferenciado, capaz de identificar, respeitar e aproveitar uma aprendizagem adequada para cada aluno, a afetividade do professor e da família é muito importante para formar a autoestima, seu caráter, autonomia, resolver conflitos pessoais e ajudar nas suas dificuldades de aprendizagem. O professor precisa valorizar todas as Inteligências e aprender a trabalhar com elas nas atividades de aprendizagem.
Palavras-Chave: Afetividade, Ensino-aprendizagem, Vínculos, Neurociência
1. INTRODUÇÃO
Algumas análises históricas apontam que a afetiva tem sido deixada de lado em processos de constituição humana. Temos como herança, a concepção do pensamento dominante do homem, que a razão é mais importante que a emoção, os quais deveriam predominar na família e na escola. Esta predominância de pensamento se deu até o século XX.
Portanto as representações desta concepção dentro das instituições escolares estiveram presentes nos currículos e programas educacionais, sendo consideradas somente as dimensões racionais (cognitivas) no trabalho pedagógico, sendo ignorada a influência dos aspectos afetivos, priorizaram ensinar habilidades de leitura e escrita sem se preocupar em saber se o aluno gosta de ler, teve acesso à leitura e escrita, seus valores e costumes no seu meio social.
Atualmente a afetividade constitui-se como facilitadora do processo ensino aprendizagem em que o aluno passa a ser alvo da empatia do professor, apodera e ampliando os conhecimentos e recursos sobre a emoção estimulada como atitude, respeito, a desenvolver uma prática pedagógica, buscando a formação do cidadão para a vida, sociedade e mudança de um processo do ensino-aprendizagem mais eficiente.
É através do diálogo, carinho, dedicação e amor do professor, que o aluno com dificuldades de aprendizagem irá construir sua autoestima para conseguir o seu desenvolvimento cognitivo. O objetivo da importância do relacionamento professor-aluno aprendizagem influencia o cognitivo interpretado parte do mesmo processo sendo sujeito ativo e, na escola o principal mediador entre sujeito e objeto é a práxis do professor, conhecer o aluno e suas particularidades mostrá-lo que é importante para nós e manter um convívio harmonioso.
De acordo com Cunha (2008), o professor, deve procurar conhecer o seu aluno de forma particular, principalmente no que diz respeito aos estágios de desenvolvimento cognitivo de seu aluno, para que possa utilizar-se de recursos adequados e ao mesmo tempo estimulativos, facilitando assim de forma significativa do aluno, Para Piaget a afetividade é um dos principais elementos da inteligência ajudando no desenvolvimento do aluno, como também pode prejudicar pelo excesso dos pais, que ocorre na superproteção.
Uma visão de conjunto, em que as dimensões da pessoa integram de forma dinâmica, alternando-se em relação à predominância de uma ante as demais é necessária para a compreensão da concepção de desenvolvimento walloniana. A integração não é um estado Alcançado ao final de um processo, mas define a condição plástica, o equilíbrio dinâmico da pessoa em desenvolvimento (PRANDINI apud SENA, 2013, p.74).
O objetivo específico deste artigo é pesquisar e relatar o avanço da neurociência, e a importância da interação entre professor-aluno no processo ensino-aprendizagem. As teorias de Paulo Freire, Vygotsky, Eugênio Cunha, Saltini, Piaget, Antunes, ambos valorizam a afetividade aliada à educação, para melhor aprendizado do aluno.
2. CONCEITUANDO AFETIVIDADE
A afetividade uma elevada relevância no processo pedagógico, que desenvolve através de vários estágios alternados pela inteligência e pela afetividade, determinando o tipo de relacionamento entre o professor e aluno. O modo de agir do professor, suas personalidades colaboram para a aprendizagem correta dos seus alunos, que finalmente reflete valores e padrões da sociedade e da cultura.
Segundo Gadotti, apud, Galdino (2014) o educador para pôr em prática o diálogo não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida. O aluno desperta o interesse por aprender quando se sente competente pelas atitudes e motivação que tem em sala de aula. O aprender não tem que ser uma obrigação, uma tarefa para o aluno, cabe ao professor despertar o interesse, a curiosidade, acompanhando-os de perto nas atividades em sala de aula.
O professor é um facilitador de aprendizagem, apto às novas experiências, compreender sentimentos e problemas, ter a capacidade de ouvir, refletir, e discutir problemas de seus alunos. Enfim trabalhar o lado positivo dos alunos para formar um cidadão cumpridor de seus deveres e responsabilidades sociais.
De acordo com Sena (2004) a utilização do diário Pedagógico Reflexivo serve de base a reflexões sobre a práxis pedagógica de cada educador. A educação constitui-se em um ato coletivo, solidário, uma troca de experiências, em que cada envolvido discute suas ideias e concepções. O futuro da escola e o impacto dos novos meios de comunicação no modelo de escola atual,
Paulo Freire faz a seguinte constatação: A minha questão não é acabar com escola, é mudá-la completamente, é radicalmente fazer que nasça dela um novo ser tão atual quanto à tecnologia. Eu continuo lutando no sentido de pôr a escola à altura do seu tempo. E pôr a escola à altura do seu tempo não é soterrá-la, mas refazê-la (FREIRE & PAPERT, apud MORAES, 2014).
O bom relacionamento entre professor e aluno vai muito além da afetividade, os alunos devem se sentir livre aprendendo com seus próprios erros, o professor se interessa por eles. Aprender com seus erros é essencial para o crescimento pessoal, emocional, social e cognitivo dos alunos.
2.1. ESTILOS DE RELAÇÃO E SEUS PONTOS FRACOS E FORTES
A relação do professor também tem seus pontos fortes e fracos. No começo de cada ano letivo o professor recebe uma avaliação do aluno referente ao ano anterior e em muitos casos esta avaliação cria uma expectativa ou desejos que beneficiam alguns e prejudicam outros.
Morales, (2006) afirma que a forma de tratamento especial que o professor dispensa ao aluno escolhido, cujas expectativas são bastante altas chama-se teoria do afeto/esforço. Essa teoria é traduzida através de uma mudança de valor, pela qual, o afeto que o professor dispensa ao aluno é demonstrado pelo aumento do agrado dispensado a este. Aí vem o item esforço, pois para o professor esse esforço vale à pena. Agora, se o esforço do professor é compensado pelo esforço do aluno, então a atitude do professor é reforçada; isso significa relações recíprocas, o que é muito bom. Mas como todo processo desigual tem seu lado ruim, ou seja, contempla uns poucos em detrimento de muitos, esse inter-relacionamento termina muitas vezes discriminando aqueles que não conseguem acompanhar o ritmo dos bons, e terminam sentindo na pele a hostilidade por parte do professor.
Neste sentido o professor necessita se auto avaliar, pois sua atitude em sala de aula muitas vezes pode prejudicar mais o aluno do que ajudar, podendo ficar desestimulada. O aluno fracassado no geral tem necessidade de ser ouvido e valorizado a fim de melhorar a sua imagem, construindo sua autoestima.
Em vários casos a criança é encaminhada pela professora a uma psicóloga por seu desempenho escolar estar muito abaixo do esperado e ela apresentarem-se agressiva, preguiça, desatenta, solitária (sem amigos), por conta de sua autoestima baixa. Por isso depende muito do professor dentro da sala de aula, mudar sua postura, ser mais afetivo, tolerável, amigo, dialogar, mudar conteúdos, pois aspecto afetivo e cognitivo desenvolve-se juntos.
2.2. TEORIAS DO VÍNCULO AFETIVO
O vínculo é a maneira particular pela qual o indivíduo se relaciona com outro, tanto na aproximação quanto no isolamento criando uma estrutura particular a cada momento. O estudo dos vínculos internos e externos é um dos principais objetos da psicoterapia analítica, a forma particular como o indivíduo estabelece seus vínculos permite conhecer também sua dinâmica mental denominado vínculo normal ou patológico (o paranoico, o histérico, o obsessivo, o hipocondríaco e o depressivo).
Para John Bowlby apud Gandra e Farias (2014) a teoria da ligação é um modo de conceituar a propensão dos seres humanos a estabelecerem fortes vínculos afetivos com outros e, explicar as múltiplas perturbações da personalidade e incluindo um estudo observacional sobre o vínculo afetivo de bebês abrigados em instituições separação e perda involuntária.
A teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget inspirou grande parte da pesquisa inicial sobre a cognição social, em relação aos conceitos e o raciocínio das crianças sobre as pessoas passarem qualitativamente por níveis distintos ou estágios que emergem em uma ordem invariável, embora em proporções variáveis, em crianças diferentes.
Para Wallon apud Sena (2013), a dimensão afetiva ocupa lugar central, tanto na construção da pessoa quanto na construção do conhecimento. Durante o estágio impulsivo-emocional (primeiro ano de vida), o bebê é totalmente dependente e recebe tudo de que precisa das outras pessoas (mãe, pai, babá, educadora).
As investigações contemporâneas sobre a construção do conhecimento nos traz um novo olhar pedagógico e a uma nova perspectiva epistemológica. Hoje a criança aborda o mundo na tentativa de compreendê-lo, de maneira curiosa e ativa, objetos que a criança tenta se apropriar, histórica e culturalmente funcionam como mediadores.
Na construção dos vínculos entre a criança e o professor como elementos que fundam e “alimentam” uma proposta de ensino aprendizagem que busca contribuir uma relação significativa entre o sujeito aprendiz e o objeto de conhecimento, a relação entre aluno no grupo visando à elaboração coletiva do conhecimento e à relação dialógica entre crianças e professor, construindo um espaço ético no qual a singularidade de cada um é considerada e a relação com o outro, valorizada.
Os aspectos cognitivos e sócios interativos da aprendizagem, outra questão básica do aprender é o vínculo afetivo que deve ser construído numa dinâmica do dia-a-dia da sala de aula, reconhecendo-os como seres autônomos, mostrando exigências coerentes e uma atitude de confiança e respeito à sabedoria e à condição de aprendiz de cada um. Propiciando oportunidade para mostrar, guardar, criar, entregar o conhecimento e permitir que o outro possa investigar incorporar e apropriar-se do conhecimento.
Desta forma há uma relação que ultrapassa o nível acadêmico e permite que ocorra um olhar diferenciado em direção ao desconhecido. Gadotti e Romão, apud Sena (2004, p. 26), “... Professor/Educador nem todos podem ser, uma vez que só se educa o que se é!”
2.3 ALGUMAS REFLEXÕES: EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM
As crianças nascem com grande capacidade de aprendizado, destruído muitas vezes,
por não ser entendido. Se unir as aprendizagens, dentro dos métodos tradicionais pode descrever partes essenciais da aprendizagem: Projetos, Parceiros, Paixão e Brincadeira.
As crianças gostam de fazer coisas, podemos ajudá-las a aprender enquanto fazem. Elas gostam de ensinar umas às outras, um grama de paixão vale tanta educação quanto se possa imaginar, continuam a aprender, interagindo, vendo algo querem experimentar. E achando interessante pesquisam mais, podendo ser a trilha para aprendizagem.
Educação é o que outras pessoas fazem com você. E aprendizagem é aquilo que você causa a si mesmo, acima de regras, inventando novas ideias ao questionar autoridade, pensando por si mesmo. Obs: texto retirado do vídeo “A diferença entre Educação e Aprendizagem" - Joi Ito, compartilhado por Cláudio De Musacchio.
3. A APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DA NEUROCIÊNCIA
A aprendizagem é um processo e depende fundamentalmente de experiência, o nosso cérebro aprende por tentativa e erro, ele vai se esculpindo a si próprio conforme o aprender e o lembrar, conhecer como este cérebro funciona não é a mesma coisa do que saber qual é a melhor maneira de ajudar os alunos a aprender. A aprendizagem, a Neurociência e a educação estão intimamente ligadas ao desenvolvimento cerebral o qual se molda aos estímulos do ambiente, o estudo da aprendizagem une a educação com a Neurociência. Todas as atividades e realizações humanas exibem os resultados da aprendizagem (CAMPOS, apud, PORTO, 2007, P.15)
O corpo, a emoção e a razão são indivisíveis e inseparáveis, é uma visão integra as investigações da neurociência revelou dados surpreendentes sobre o funcionamento do cérebro, o crescimento de novos neurônios e afirmando que a mudança com o tempo e os estímulos do meio ambiente. O cérebro é único, cada indivíduo interage entre genética e estimulação de comunicação entre os neurônios. As pessoas aprendem através de métodos diferentes, estratégias diferentes de ensinar, necessitando de professores preparados, sintonizados e comprometidos com a educação e com o método a aplicar ao desenvolver um ensino diversificado e diferenciado, capaz de identificar, respeitar e aproveitar o estilo de aprendizagem preferencialmente mais adequado para seus alunos.
Desenvolver pessoas não é apenas dar-lhes informação para que elas aprendam novos conhecimentos, habilidades e destrezas e se tornem mais eficientes naquilo que fazem. É, sobretudo, dar-lhes a formação básica para que elas aprendam novas atitudes, soluções, ideias, conceitos e que modifiquem seus hábitos e comportamentos e se tornem mais eficazes naquilo que fazem. Formar é muito mais do que simplesmente informar, pois representa um enriquecimento da personalidade humana (CHIAVENATO apud LEITE, 2014).
O ponto ideal para a efetividade do raciocínio é a felicidade com uma ponta de tristeza porque na euforia, o pensamento se embaralha.
Para o filósofo David Chalmers (2013), dentro da neurociência o estudo do cérebro tem ajudado a superar alguns estigmas que nos foram apresentados por mais de séculos. Sinestesia vem do grego, syn (junto) e aisthesis (percepção). Portanto, a sinestesia, literalmente, significa "percepções unidas." Por exemplo, se pensarmos na palavra banana, o mais comum é lembrarmos a imagem da banana, sinestetas podem além da imagem da banana, ver a palavra banana escrita na cor amarela, projetada à frente de seus olhos, podem sentir o gosto da banana, o cheiro da banana, tudo isso em frações de segundos.
Na ditadura de Nicolai Chauchescu de acordo com Bee (2011), os choques vividos pelas crianças romenas acarretaram graves resultados negativos, viveram sem estímulo e sem afeto, apresentaram uma baixa de 30 pontos de QI (Quociente de Inteligência), em comparação outras que cresceram sob os cuidados dos pais. O desenvolvimento linguístico ficou comprometido, sendo que muitas nem chegaram a falar. Do ponto de vista emocional, não tinham autocontrole: rapidamente explodiam em acessos de raiva.
As pessoas que conheceram o local, as descreviam como "fantasmas" e "crianças-zumbi". O professor Charles Nelson, professor de Pediatria e Neurociência da Escola de Medicina de Harvard, no II Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância,
Mencionou que as vivências negativas não ficam registradas apenas no psiquismo da pessoa, mas podem ser percebidas na própria arquitetura do cérebro. Ele constatou que os estímulos vivenciados pela criança nos primeiros anos de vida ficam registrados fisicamente e afetam diretamente no amadurecimento delas (BEE, 2011)
Segundo Palmini apud, Hennemann (2012) aquilo que acontece na infância pode marcar para o resto da vida. O mundo de cada indivíduo molda seu desenvolvimento cerebral. Como cada um tem experiências diferentes, a troca que a gente tem com o mundo, vai fazendo com que cada um de nós tenha “avenidas” mais fortificadas. É como se cada indivíduo além de ter uma impressão digital, tem uma impressão cerebral.
Segundo o psicólogo, Albert Bandura apud Bee (2011), a aprendizagem nem sempre requer reforço direto, ela também pode ocorrer meramente como resultado de observar alguém realizando alguma ação. A aprendizagem denominada aprendizagem observacional ou modelação, está envolvida em uma ampla variedade de comportamentos, contribuiu para a transposição da teoria da aprendizagem e teoria cognitivo - desenvolvimental ao enfatizar elementos cognitivos (mentais) importantes na aprendizagem observacional.
De fato, ele agora chama sua teoria de “teoria sociocognitiva” em vez de “teoria da aprendizagem social”, como foi originalmente rotulada. Por exemplo, Bandura agora enfatiza o fato de que a modelação pode ser o veículo para aprender informação abstrata e habilidades concretas. Na modelação abstrata, o observador deduz uma regra que pode ser à base do comportamento do modelo, então aprende a regra e o comportamento específico, através da modelação, uma criança pode adquirir atitudes, valores, formas de resolver problemas, até padrões de auto avaliação.
Intervenção Pedagógica para melhoria da aprendizagem de acordo com Bandura apud Bee (2011)
• Diminuir a ansiedade: atitude receptiva, acolhedora, afetuoso, bom humor, sem exercer pressão para fazê-la falar, inspirar confiança e compreende quando não consegue, mas que vai conseguir quando se sentir segura e que estará ali para ajudá-la;
• Reforçar sua confiança e sua autoestima: integrar nas atividades durante a aula, reforçando todas as suas atitudes positivas;
• Trabalhar com o auxílio dos pais e demais profissionais visando estimular o positivo: entender dificuldades da criança, ansiedade reduz a comunicação.
Hoje considera como competência pessoal a busca pela inteligência criadora. A pessoa inteligente não é aquela que traz capacidades prontas para solucionar desafios, nem a criatividade funciona como um passe de mágica criando soluções do nada. A inteligência criadora é a capacidade de tornar uma adversidade atraente o suficiente para ativar a nossa percepção e usar a razão juntamente com a intuição (TORRANCE, 1976).
Ao se tornar motivado você ativa seu cérebro de forma mais completa e quanto mais aprender a gostar do que está fazendo, maior sua possibilidade de encontrar soluções tanto racionais quanto criativas. As pessoas entusiasmadas com os desafios a superar tornam-se altamente perceptiva para o inesperado, para encontrar soluções onde ninguém procura, e, é capaz de realizar operações exaustivas com mais disposição, pois está movida por uma alegria e uma vontade interior (TORRANCE, 1976).
3.1 A APRENDIZAGEM E AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS DE HOWARD GARDNER
Gardner, apud, Antunes, (1998), afirma que a Inteligência não é uma propriedade única da mente humana, mas a interação entre cada competência tendo sua própria história de desenvolvimento e é relativamente independente das outras. Contudo, as competências não desenvolvidas ficam inertes e cada uma é vulnerável e pode ser prejudicada por traumas ou ferimentos em áreas específicas do cérebro. O professor deve ter a competência de proporcionar atividades que contemplem todas as inteligências fazendo com que o aluno possa aperfeiçoar-se naquilo que já tem de melhor, mas ao mesmo tempo fazer um resgate deste indivíduo proporcionando-lhe o vivenciar de todas as inteligências.
Ainda de acordo com Antunes (1998) a aprendizagem é uma combinação de 3 fatores:
• Como você capta as informações: aprendiz visual, auditivo, sinestésico ou tátil;
• Como você organiza e processa as informações: quer seja ou não com dominância cerebral.
• Como compreender e armazenar a informação emocional, social, física e ambiental.
Diferenciar estilos de aprendizagem, através dos olhos:
• Aluno visual: quieto, olhos se voltam para cima ou para frente quando acessa informações e se mostra um orador rápido;
• Aluno auditivo: olha de lado a lado quando acessa informações e que fala com voz ritmada;
• Aluno cinestésico: se move muito, olha para a direita e para baixo ao acessar informações, se mostra um orador lento (ANTUNES, 1998).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A afetividade e a educação caminham juntas com a aprendizagem. O professor precisa acompanhar as mudanças, adaptando as novas tecnologias, novo método, compreender a maneira como o aluno processa o conhecimento, respeitando sua individualidade e suas dificuldades de aprendizagem, dando seu amor, atenção, respeito e carinho. Concorda-se que o educador de hoje deve ser crítico, reflexivo, humilde, saber ouvir seus alunos, ajudando-o e aprendendo com seus próprios erros, proporcionando ao aluno desenvolver suas habilidades e suas aptidões para o desenvolvimento e construção do sujeito.
Sem dúvida uma criança deve conhecer a si mesmo e suas potencialidades cabem a escola e a família estimularem o movimento através de brincadeiras e jogos, proporcionado assim uma vivencia corporal ampla capaz de desenvolver capacidades física, afetivas e motoras. Formar um homem cidadão é formar uma pessoa completa, como afirma Almeida apud, Sena, (2013, p.86) “Somos pessoas completas: com afeto, cognição e movimento, relacionamos com um aluno também pessoa completa, integra, com afeto, cognição e movimento. Somos componentes privilegiados do meio de nosso aluno. Torná-lo mais propício ao desenvolvimento é nossa responsabilidade”.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Celso. As Inteligências Múltiplas e seus estímulos. 14ª edição. São Paulo: Papirus ed. 2008
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LEITE, Suely de Fátima Brito de Souza Calabri. Neurociência: Um Novo Olhar Educacional, Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/neurociencia-um-novo-olhar-educacional/63961/. Acesso em 22 de set. 2014
MORAES, Sonia Augusta de, TERUYA, Teresa Kazuko. Paulo Freire e formação do professor na sociedade tecnológica. Disponível em: http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2007/Simp%C3%B3sio%20Academico%202007/Trabalhos%20Completos/Trabalhos/PDF/64%20Sonia%20Algusta%20de%20Moraes.pdf. Acesso em 20 de set. 2014.
MORALES, Pedro (2006), A Relação Professor-Aluno o que é e como se faz, 6º Ed. São Paulo: Loyola, 2006.
NICOLAU, Marcos. Razão & Criatividade: Artigos sobre neurociências e cognição. Revista Eletrônica Temática, 2004.
SENA, Clério Cezar Batista. A relação Afetiva Professor e Aluno, revelada por seus diários. 1ª. Ed. Curitiba: Appris, 2013.
PORTO,Olivia, Bases da Psicopedagogia, diagnóstico e intervenção nos problemas de aprendizagem, Ed. Wak, 2007.
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TORRANCE, Ellis Paul. Criatividade: medidas, testes e avaliações. São Paulo: IBRASA, 1976
Clério Cezar Batista Sena
MESTRE EM EDUCAÇÃO: Psicologia da Educação PUC/SP, Neuropsicopedagogia e Educação Especial Inclusiva - FASFI/CENSUPEG (cursando), MBA: Gestão Empreendedora Educação, UFF/SESI, Especialista em Gestão da Escola – FE/USP, Psicopedagogo Institucional e Clinico, Especialista em Educação Infantil e Pedagogo. E-mail: cezar.sena@hotmail.com
Belmeri Cagnoni Silva
Especialista em Neuropsicopedagogia Clinica. E-mail: belhojesempre@hotmail.com
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