segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
segunda-feira, 20 de novembro de 2023
sexta-feira, 13 de outubro de 2023
15 DE OUTUBRO DIA DO PROFESSOR
NÃO QUEREMOS HOMENAGENS!
Cezar Sena[1]
É inegável a importância do respeito,
reconhecimento e valorização dos professores não apenas em ocasiões especiais,
como o mês de outubro, mas durante todo o ano. A educação desempenha um papel
fundamental na sociedade, e os professores são os principais agentes dessa
transformação. Neste período comemorativo é comum, frases como: “Professor a
profissão que forma outras profissões”. “Professor o esteio da sociedade”. Mas
depois dos momentos de euforia e nostalgia, tudo continua, como sempre. Ou
seja, o desrespeito e desvalorização da profissão do professor no dia a dia
permanece. As homenagens e mensagens carinhosas são importantes para reconhecer
o trabalho árduo dos professores, mas o respeito e a valorização devem se
traduzir em ações concretas e mudanças estruturais no sistema educacional e na
sociedade.
Não queremos apenas homenagens, mas RESPEITO,
RECONHECIMENTO e SALÁRIO DIGNO. Como diz um ditado popular “palavras
bonitas não enchem a barriga”. Não! Não estou sendo ingrato ou pessimista, a
intenção é provocar reflexão. Basta pesquisar na mídia os casos de violência, desrespeito
e condições de trabalho dos professores, que entenderão do que estou alertando.
Fiz uma breve enquete nas minhas redes sociais, perguntando “qual o maior
desafio dos professores hoje?” Eis alguns depoimentos: “falta de compromisso e
parceria da família”, “manter o aluno interessado”, “ter atenção e respeito dos
alunos”, “competir com o celular” e “indisciplina e intolerância dos alunos”. Penso
que para minimizar tais situações, as famílias precisam supervisionar a conduta
dos filhos, promover rotina estável e hábitos virtuosos, apoiar os
profissionais da educação no seu fazer pedagógico, numa atitude de
corresponsabilidade na educação dos estudantes. A verdadeira homenagem aos
professores, seria:
1. Investimento na educação: é essencial que
governos e instituições invistam de maneira significativa na educação,
incluindo a melhoria das condições de trabalho dos professores e o aumento de
salários. Um sistema educacional forte exige professores motivados e bem
remunerados;
2. Formação continuada: os professores devem
receber oportunidades contínuas de formação e atualização de suas habilidades,
para poderem oferecer uma educação de qualidade aos alunos;
3. Parceria com famílias: a parceria entre escolas
e famílias é fundamental. Os pais desempenham um papel vital no apoio ao
processo educacional de seus filhos e no respeito aos professores;
4. Promoção de ambientes de aprendizado respeitosos:
é responsabilidade tanto dos professores quanto dos gestores escolares criar
ambientes de sala de aula onde o respeito e a disciplina sejam valorizados.
Isso envolve abordar questões de indisciplina e intolerância de maneira eficaz;
5. Saúde emocional dos professores: os gestores
educacionais devem estar atentos à saúde emocional dos professores, fornecendo
suporte e recursos para lidar com o estresse e a pressão da profissão;
6. Conscientização pública: é importante
sensibilizar a sociedade sobre a importância da educação e do papel fundamental
dos professores na formação de cidadãos responsáveis e informados;
7. Reconhecimento público: além de palavras
bonitas, é importante que a sociedade reconheça e valorize publicamente o papel
fundamental dos professores na formação da sociedade;
8. Participação em mudanças educacionais: professores
devem ser consultados e envolvidos em decisões que afetam a educação, como
mudanças no currículo e políticas educacionais;
9. Reformas Educacionais Significativas: às vezes,
são necessárias reformas educacionais significativas para melhorar o sistema
como um todo, incluindo a redução de burocracia desnecessária e a promoção de
práticas de ensino eficazes e, acima de tudo
10. Salário
Digno: os professores desempenham um papel crucial na formação das futuras
gerações, e um salário digno é essencial para atrair e reter talentos na
profissão.
É
essencial que todos compreendam que a valorização dos professores não é apenas
uma questão de palavras, mas de ações concretas que fortaleçam a educação e
promovam um ambiente de aprendizado respeitoso e eficaz. Afinal, a qualidade da
educação tem um impacto direto no futuro da sociedade.
Portanto,
a homenagem que nós professores queremos de fato é o respeito e a
valorização no dia a dia. Nossa melhor homenagem seria: os pais
participando da vida escolar do seu filho, apoiando a ações dos professores, reforçando
as aprendizagens da escola. Alunos prestando atenção nas aulas e tratando os
professores com respeito e dignidade (não com palavras de baixo calão e
ofensivas). Por fim, os gestores de sistema e escolar precisam apoiar - cuidar da
formação e saúde emocional dos professores. Só assim, de fato essas homenagens
teriam sentido e significado para nós. Fora isso, são palavras vazias e
estéreis.
[1] Mestre em Educação – PUC/SP. Especialista em
Gestão – USP; MBA em Gestão Empreendedora – UFF. Diretor de Escola Estadual.
Professor universitário. Escritor, Coach e Palestrante. Insta: @cezar.sena
quarta-feira, 12 de abril de 2023
ESCOLA + VIOLÊNCIA = SOCIEDADE: O difícil desafio da convivência
Cezar Sena[1]
Estava um pouco
resistente em escrever sobre o assunto que envolve os atentados nas escolas.
Ainda abalado com os últimos acontecimentos (assassinado de uma professora de
71 anos por um aluno de 13 em São Paulo e de 04 crianças em uma creche em
Blumenau em Santa Catarina). Entretanto, a pedido da editora do Jornal da ACE –
VGP aceitei o desafio. Como o tema provocou em todos nós sensações e
sentimentos diversos, dentre eles revolta, medo, indignação, tristeza e
impotência, procurei fazer uma reflexão pessoal a partir do meu cotidiano e de alguns
estudos sobre a problemática em questão. Para quem ainda não me conhece,
apresento-me para que compreendam de qual lugar estou escrevendo: sou professor
da Educação Básica desde 1998, diretor de escola pública desde 2009 e professor
universitário desde 2008 (atuando nos cursos de pedagogia, psicopedagogia e
neuropsicopedagogia). Portanto, estou atuando como educador há 25 anos, tendo
exercido várias funções.
Posto isso, vamos à
análise. A escola é o reflexo da sociedade. Sabemos que a violência não é uma
prerrogativa das ESCOLAS, mas da SOCIEDADE que, cada vez mais polarizada, é violenta
e intolerante. A cultura armamentista, a polarização do nós contra eles e do
princípio maniqueísta do Bem contra o Mal, bem como as crises sociais
instauradas pela PANDEMIA da COVID-19 contribuíram significativamente para o
aumento dos atos de violência, intolerância e bullying nas escolas. O
que a mídia divulga é, contudo, apenas a ponta o iceberg. Nós educadores
convivemos diariamente com tudo isso há anos e, apesar de muitos apelos, quase
ninguém nos ouve, acham que reclamamos demais. Agora, devido às recentes
tragédias de repercussão nacional, o que infelizmente não foi isolado, surge
uma onda de especulações sobre a tendência de aumento de atentados deste tipo
associados a diversos supostos tipos de motivação dos crimes. Segundo o site G1[2],
“subiu
para 24 o número de ataques violentos a escolas do
Brasil desde 2002, conforme aponta um estudo da Unicamp,
foi contabilizado ao menos 23 casos até
março deste ano. O mais recente aconteceu nesta terça-feira (5) em uma creche
em Blumenau, Santa Catarina”.
É urgente,
pois, que a sociedade pare de se preocupar com questões irrelevantes ou
comportamentais (banheiros unissex, escola sem partidos, linguagens neutras,
dentre outras...) e foque no essencial: elaboração de políticas
públicas de governo e não de partidos. É necessária a criação de mecanismos
que garantam efetivamente a participação da família no acompanhamento da vida
escolar dos filhos e sejam responsabilizadas pelo não cumprimento das medidas
garantidas legalmente. De acordo com a Constituição Federal de 1988, artigo
205, a educação, direito de
todos é DEVER DO ESTADO E DA FAMÍLIA, devendo ser promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade. Conforme aponta a
Constituição, é um dever de todos, mas o que observamos nas escolas é uma
negligência de muitas famílias. Algumas, inclusive, querem transferir todas
suas responsabilidades para a escola.
Não estou aqui, com esse argumento, colocando a culpa na
família, mas chamando a atenção para a sua responsabilidade na parte que lhe
cabe na educação das crianças de acordo com a legislação. Quando a escola
convoca os responsáveis para resolver questões da vida escolar dos alunos, ora
por indisciplina, vandalismo ou por questões de aprendizagem, muitos alegam não
ter tempo. No entanto, quando o filho reclama que algum profissional da
educação chamou sua atenção por algum comportamento inadequado de modo mais
incisivo alegam que o filho foi constrangido ou que falaram alto com ele. Neste
momento, eles arrumam tempo e vêm “brigar” com a equipe escolar, reforçando o
comportamento inadequado do filho, isso quando não há denúncia da escola antes
do apuramento dos fatos. Para elucidar, relato três episódios que acompanhei e que
evidenciam meu argumento:
1. Aluno (15 anos) foge da escola. Notificamos
os responsáveis. A mãe chega já alterada alegando que o filho saiu porque o
portão estava aberto. Informarmos que estávamos recebendo merenda escolar e ele
aproveitou a oportunidade e fugiu. Ao invés de corrigir o filho, apontou o
“erro” da escola;
2. Pai chega nervoso, acusando um
professor de ter agredido o filho. Acolhemos a acusação e informamos que iríamos
apurar e retornaríamos. Após a apuração, não foi constatado nenhum ato de
violência por parte do professor. Pelo contrário, as câmeras mostraram o
professor circulando por toda a sala de informática, conferindo os computadores
dos alunos (era dia da Prova Paulista). A gravação mostrou que o diretor e a
vice-diretora entraram na sala para verificar a conexão da internet, nem o
aluno em questão, nem os colegas relataram episódios de violência. O pai foi
comunicado para comparecer na escola para o retorno da apuração, mas até hoje
não compareceu. Agora eu pergunto: se não tivéssemos as câmeras dentro da sala
de aula? Seria a palavra de um adolescente de 13 anos contra a do professor.
Adivinhe quem levaria a culpa? Será que as autoridades e a mídia viriam
perguntar nossa versão?
3. Aluno de 15 anos leva uma arma para escola
na mesma semana do ataque que matou a professora em São Paulo. Na sala da
direção, o aluno entrega a arma (simulacro) que segundo ele trouxe para “brincar”.
Recolhemos a arma, acionamos o protocolo de segurança e a família. A mãe alega
que deram de presente a arma para o filho, pois ele, há mais de 05 anos, estava
pedindo uma arma de brinquedo.
Perceberam a gravidade do problema?
A sociedade está doente. As famílias não têm autoridade com os filhos. Têm
dificuldade de dizer NÃO para eles. Erroneamente, querem dar aos filhos o que
alegam que não tiveram na infância e, com essas atitudes, as famílias não
conseguem impor limites, fazendo com que as crianças e jovens cresçam com
dificuldades de seguir regras básicas de convivência em ambientes coletivos
exteriores à família.
Neste sentido, admite-se que educar pressupõe a coragem de
dizer NÃO. Educar é um ato ritualístico, com normas claras para todos os
envolvidos. Para a maioria das crianças, é na escola que elas têm o contato
com as REGRAS e com os limites do que podem e do que não podem fazer. Infelizmente,
é preciso elucidar que estamos criando uma geração de “mimados”, “frustrados” e
“intolerantes”. Não sabem esperar a vez, nem na fila do refeitório, querem tudo
para ontem. Precisamos, enquanto ainda há tempo resgatar alguns procedimentos
de convivência harmônica em sociedade, reforçar a defesa pelos protocolos da
boa educação, como pedir licença, por favor e agradecer.
Partindo
das observações, das vivências e das leituras, aponto três dicas para os pais
acompanharem e monitorarem os comportamentos dos filhos. Pais, não tenham
medo de ser exigentes e “chatos”. Os pais não necessariamente precisam ser
“legais”. Precisam ser pais, exercer sua autoridade com responsabilidade,
discernimento e coragem. Lembrem-se de:
1. REVISTAR mochilas e quartos. Os
quartos não são propriedade privada dos filhos onde os pais não podem entrar.
Não só podem, como devem e, de vez enquanto, inspecionar;
2. ACOMPANHAR e monitorar o acesso das
redes sociais dos filhos – ligar o alerta com o excesso de tempo conectados ou
com muito tempo no quarto fechado. O acompanhamento deve ser feito com muito
diálogo, respeito e orientação, levando em conta a idade dos filhos (determine
um tempo). Hoje existem, inclusive, aplicativos de monitoramento;
3. Fiquem atento a qualquer mudança de
COMPORTAMENTO ou de HUMOR do seu filho. Caso perceba que não consegue lidar com
a situação, peça ajuda, de preferência para especialistas em saúde mental. Não
minimize ou subestime. Lembre-se do ditado popular “prevenir é melhor do que
remediar”.
Enfim, o assunto é muito complexo,
sensível e necessário. Não dá mais para fingirmos que está tudo bem. Não está!
Precisamos juntos buscarmos soluções coletivas e colaborativas. Um dos caminhos
que considero importante é a PARCERIA de todos em prol de uma CULTURA DE PAZ
que valoriza e respeita as diferenças, pois sabemos que o “sucesso escolar é o
resultado da parceria entre família e escola em uma atitude de
complementariedade e responsabilidade. Precisamos superar essa ideia equivocada
e procurar culpados, mesmo porque não há culpados, mas responsáveis” (SENA, 2022,
p. 37)[3].
[1] Mestre em Educação – PUC/SP. Especialista em
Gestão – USP; MBA em Gestão Empreendedora – UFF. Diretor de Escola Estadual.
Professor universitário. Escritor, Coach e Palestrante. Insta: @cezar.sena
[2] Fonte: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/04/05/brasil-tem-24-ataques-em-escolas-nas-ultimas-duas-decadas-relatorio-cobra-politicas-publicas.ghtml. Acesso em 07 de abril de 2023.
[3] Fonte: SENA, Cezar. Reflexões
sobre a educação no contexto da pandemia. Editora Cidade Nova, 2022.
quinta-feira, 2 de março de 2023
AUTOCONHECIMENTO E PRÁTICA PROFISSIONAL
Cezar Sena[1]
Você saberia dizer
quais são suas potencialidades e suas fragilidades? As características que mais
aprecia em você? Marketing Pessoal é tudo!!! Se você não sabe se “reconhecer”,
certamente ninguém saberá. Por isso, permita-se conhecer. Desafio você leitor a
uma autorreflexão: pense e escreva 10 qualidades pessoais, ou seja, aquilo que
você faz bem-feito, use como parâmetro os elogios que recebe com frequência
(faça isso agora, antes de continuar a leitura). Sei que é difícil essa atividade,
certamente se fosse escrever 10 defeitos, acharia bem mais fácil. Nossa
educação evidencia mais nossas fragilidades em detrimento as qualidades. Além
do mais, não pega bem se elogiar, soa como arrogância. Sempre nos disseram que
precisamos ser humildes. Não confunda humildade com autodepreciação. Reconheça seus
talentos e potencialidades! Aliás, sabe-se que somos aquilo que pensamos. Portanto cuidado com os pensamentos
equivocados. Como profissionais necessitamos reconhecer e valorizar o que
fazemos de bom, para poder evoluir na carreira e contribuir com a sociedade.
Para que o
desenvolvimento profissional e melhoraria da sua qualificação é preciso
caminhar em direção ao desenvolvimento constante. Diante de tantas mudanças, o
mercado traz cenários diferentes, novos desafios e novas indagações, onde se
faz necessário atualizar sempre. De acordo com Peter Drucker o trabalho é uma
das dimensões do ser humano. A outra é o amor. Onde se conclui que só tem um
bom desempenho profissional quem ama aquilo que faz. (Galperin, 2011)
Quanto mais nos
conhecemos e desenvolvemos nosso potencial, melhor seremos como profissionais. No
seu livro o Grande Potencial, o autor Shawn Achor, diferencia os conceitos de
emprego, carreira e missão.
Um emprego não passa de
uma atividade a ser suportada em troca de um salário. Uma carreira é um
trabalho que oferece prestígio ou uma posição na sociedade. Uma missão é um
trabalho que você considera parte integral da sua identidade e do sentido da
sua vida, uma expressão de quem você é e uma fonte de gratificação e propósito
(ACHOR, 2018:100).
Foi-se
o tempo em que trabalho era sinônimo de escravidão e de mero sustento, conforme
aponta Galperin (2011). Atualmente o trabalho possui outro significado, sendo
encarado não apenas como uma sustentação financeira, mas também como:
- Fonte de aprendizagem
(como ajudar a sociedade, preservar o meio ambiente, conviver com pessoas
portadoras de deficiências pessoais);
- Autodesenvolvimento de competências
(superar desafios, agir com tranquilidade, tomar decisões e negociar de
maneira adequada);
- Satisfação e prazer de realizar;
- Desenvolvimento da capacidade de ajudar,
servir aos demais, ensinar.
Ainda de acordo com Galperin (2011), são muitas
as vantagens do autoconhecimento:
·
Utilizar competências positivas para gerar
resultados produtivos;
·
Desenvolver suas limitações, uma vez que toma
consciência dela;
·
Conseguir manusear e controlar impulsos,
sabendo o que provoca reações inadequadas;
·
Utilizar as diferenças individuais como fonte
de conhecimento, compatibilizando suas competências e interesses com os diferentes
estilos de pessoas;
·
Identificar suas satisfações, adequando as
responsabilidades no trabalho de acordo com seus interesses e habilidades:
·
Administrar seu tempo, atribuindo mais
dedicação as atividades em que sua competência se encontra deficitária;
·
Identificar necessidades de delegação, sabendo
complementar suas deficiências com os demais.
Como
profissionais, necessitamos de constantes atualizações, mas nenhuma destas,
servirá se não conheço as minhas fragilidades e potencialidades, ou seja, o
autoconhecimento.
A autoliderança constitui
a condição básica para liderar os outros. Mas continuamos exigindo que os
outros se modifiquem: o líder, os colaboradores, a política. Antes de querer
ser líderes dos outros é preciso ser líder de si mesmo.
Os
significados que a palavra líder evoca, por exemplo, não podem mais
aproximar-se daqueles que a palavra chefe suscita. Chefes têm subordinados,
subalternos ou seguidores. Os verdadeiros líderes de hoje não têm seguidores no
sentido convencional da palavra. Mestres em liderança vão a um passo além,
transforma em seguidores em outros líderes (GRÜN, 2009:17).
De acordo com Carnegie
(2011) líderes sabem reconhecer o momento quando o grupo está pronto para
receber uma mensagem, e tiram proveito desse momento. A identidade do líder é
algo muito maior do que sua identidade como indivíduo. Essa pessoa incorpora a
identidade do grupo. É a pessoa a quem os outros olham em busca de orientação e
conselho – e, quando os recebem, sentem literalmente como se aquilo tivesse
saído de dentro deles mesmos. Líderes altamente eficientes nem sempre são
tecnicamente habilidosos ou talentosos, mas sabem como reconhecer e inspirar
aqueles que o são.
Nesse sentido, outra
qualidade que considero importante do líder é a humildade. Entendo a humildade
como a capacidade de reconhecer as fragilidades e busca de superação. Assim, é
importante procurar superá-las, ao invés de esconder os talentos. O Líder é
aquele que dar o melhor de si e inspira sua equipe a fazer o mesmo.
Carnegie (2011) sugere
que para a melhoria das nossas habilidades de liderança é necessário usar os
nossos pontos fortes e o bom senso. A seguir algumas dicas do autor para
desenvolvimento do autoconhecimento e consequentemente a nossa atuação
profissional:
u Concentre-se
na visão global: Elabore estratégias de longo prazo. Estabeleça
objetivos reais e mensuráveis;
u Seja
ambicioso: Defina o ponto a que você quer chegar em sua carreira e
aceite prontamente o desafio;
u Conheça
a si mesmo: Reconheça seus pontos fortes e trabalhe para superar suas
fraquezas;
u Seja
decisivo: Ter confiança em si mesmo inspirará os demais a terem
confiança em você;
u Aceite
as críticas: Procure o útil e o construtivo em quaisquer
críticas, e agradeça a pessoa. Mostre profissionalismo e maturidade;
u Ouça: ouça
cuidadosamente para entender melhor as questões de equilíbrio.
u Seja
flexível: esteja aberto a opiniões discordantes;
u Apoie
as pessoas: seja paciente e procure auxiliar, aqueles menos dedicado
e motivado que você;
u Incentive
as pessoas: concentre-se em ajudar as pessoas a dar o que elas têm de
melhor;
u Comemore
o sucesso: Seja rápido em elogiar. Parabenizando e agradecendo as
colaborações;
u Apoie
sua equipe: Entenda as necessidades de sua equipe;
u Ajude: Dê a
mão sempre que puder;
u Aceite
a responsabilidade: a responsabilidade é sempre sua;
u Resolva
o problema: você encontrará maneira inovadora de resolver problemas
se estiver comprometido com sua carreira;
u Lidere
por meio do exemplo: guarde comentários negativos e frustrações
para si mesmo. Mantenha sua atitude positiva aconteça o que acontecer;
u Faça a
coisa certa: Se lhe pedirem para fazer algo ilegal ou antiético,
recuse;
u Seja
honesto: quando cometer um erro admita-o e peça desculpas;
u Evite
as fofocas: não espalhe rumores maliciosos nem repita histórias
aparentemente sem importância sobre os outros;
u Dê o
melhor de si: mantenha a confidencialidade, respeite os
outros e seja coerente;
u Faça críticas
construtivas:
converse sobre seus próprios erros antes de criticar os da outra pessoa. Faça
perguntas, em vez de dar ordens diretas. Faça com que o erro pareça fácil de
ser corrigido.
Seguindo essas dicas
com certeza, nossa competência profissional irá sobressair no ambiente de
trabalho tão competitivo. Vale lembrar que a competência do indivíduo não é um
estado, não se reduz a um conhecimento ou know how específico. Le Boterf apud
Fleury e Fleury (2001) situa a competência numa encruzilhada, com três
eixos formados:
1. Pela
pessoa (sua biografia, socialização);
2. Pela
sua formação educacional e
3. Pela
sua experiência profissional.
A
competência é o conjunto de aprendizagens sociais e comunicacionais nutridas
pela aprendizagem e formação pelo sistema de avaliações. Competência é um saber agir responsável e que
é reconhecido pelos outros. Implica saber como mobilizar, integrar e transferir
os conhecimentos, recursos e habilidades, num contexto profissional determinado
(FLEURY E FLEURY, 2001).
A ideia de
competências tem três ingredientes básicos segundo (Bordoni,
2011):
·
Primeiro: relaciona-se
diretamente à ideia de pessoa. Você não pode dizer que um computador é
competente; competente é o seu usuário, uma pessoa.
·
Segundo: a competência
vincula-se à ideia de mobilização, ou seja, a capacidade de se mobilizar o que
se sabe para realizar o que se busca. É um saber em ação. Aliás, da má
compreensão deste aspecto vem outra crítica, a de competência como mero saber
fazer algo. Agir é mais do que fazer;
·
Terceiro: um conceito de competência pode ser
apresentado como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
demonstrados pela pessoa na realização de uma tarefa. Dizemos que somos
competentes numa atividade quando esse conjunto de comportamentos apresentados
resulta no sucesso para a realização daquela atividade.
Portanto
somos resultados das interações humanas. Ou seja, das vivências, afetivas,
culturais, sociais, religiosas... O autoconhecimento é adquirido a partir das
relações com o OUTRO. Agindo de maneira a colocar em prática os conceitos
aprendidos no decorrer da nossa vida. Uma prática profissional competente
depende da atuação inteligente diante das adversidades que a vida moderna nos
impõe.
Pensar, agir e refletir
num movimento contínuo de construção pedagógica e desenvolvimento pessoal é o
que consideramos como base para o desenvolvimento da educação brasileira. “Pensar
e agir dessa forma é definir sua história como profissional, é ser agente ativo
e participativo no desenvolvimento da nação, é construir sua identidade
profissional com base na reflexão de seus atos” (SENA, CONCEIÇÃO e CRUZ,
2003:59).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACHOR, Shawn. Grande
Potencial: cinco estratégias para você chegar mais longe desenvolvendo as
pessoas a seu redor. São Paulo: Benvirá, 218.
BORDONI, Thereza. Saber e Fazer. Competências
e Habilidades. Disponível em: http://www.pedagobrasil.com.br/pedagogia/saberefazer.htm.
Acesso em 23/08/2011
CARNEGIE, Dale. Liderança: como superar-se e
desafiar outros a fazer o mesmo. São Paulo. Companhia Editora Nacional,
2011.
FLEURY, Maria Tereza Leme. FLEURY, Afonso.
Construindo o Conceito de Competência. RAC (Revista de Administração
Contemporânea), Edição Especial 2001: 183-196 183. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/rac/v5nspe/v5nspea10.pdf Acesso em 23/08/2011
GALPERIN, Arlete Zagonel. Autoconhecimento como ferramenta de
melhoria profissional. Disponível em: http://www.zhz.com.br/artigo/06.pdf.
Acesso em 08/09/2011.
GRÜN, Anselm. Friedrich
Asslânder. A arte de ser mestre de si
mesmo para ser líder de pessoas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
SENA, Clério Cezar Batista.
CONCEIÇÃO, Luis Mário. CRUZ, Mariza Vieira Peixoto. O educador reflexivo:
registrando e refletindo. Recife: Doxa, 2004.
[1] MESTRE EM EDUCAÇÃO: Psicologia
da Educação, PUC-SP / MBA: Gestão Empreendedora Educação – UFF / Especialista
em Gestão da Escola, USP / Neuropsicopedagogo: Institucional e Clínico / Psicopedagogo:
Institucional e Clinico / Especialista em Educação Infantil e Pedagogo. Diretor de Escola Pública Estadual, SP; Professor
Universitário, Escritor, Palestrante e Coach. E-mail: cezar.sena@hotmail.com
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023
TÉCNICAS DE GESTÃO DE TEMPO PARA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE
Cezar
Sena[1]
Antes de
mais nada, esclareço que chamo de equívoco a ideia de “Gestão de Tempo”,
pois penso que o tempo, na verdade, é indomável. Neste sentido, o que de fato gerenciamos
são as TAREFAS e ATIVIDADES num determinado período de tempo. Assim, as
dicas a seguir são para lhe ajudar a melhorar sua produtividade nas realizações
de tarefas num determinado espaço temporal, principalmente, de estudos.
Estudar é
um trabalho intelectual que desgasta muita energia do cérebro e do corpo. Para
muitas pessoas, o trabalho intelectual é uma fonte de prazer (é o meu caso). Sinto-me
útil e produtivo, por exemplo, quando estou lendo ou escrevendo, ou mesmo
lecionando ou palestrando. Neste contexto, é comum haver pessoas que acreditam
que o esforço intelectual não cansa ou que é menos exaustivo que as demais
formas de trabalho, mas isso não é verdade. Trata-se, pois, de um outro tipo de
cansaço e, muitas vezes, o cérebro não consegue desconectar, o que pode levar a
um esgotamento. Partindo-se desta perspectiva, entende-se que as pessoas andam
sim cada dia mais ocupadas, mas isso não quer dizer que estejam mais
produtivas.
Os
indivíduos andam tão OCUPADOS que não percebem, assim, a sua improdutividade.
E o pior, CULPAM os outros por não conseguir cumprir suas TAREFAS. Conheço
pessoas que passam o dia todo reclamando que estão ocupadas, que não têm tempo
para nada, que têm muitas coisas para fazer, mas que, no final dia, não
conseguem mensurar suas produções... Sempre estão a fazer, terminando,
concluindo... Como explicar esse fenômeno? Isto se dá, justamente,
porque não aprenderam a gerenciar suas tarefas durante seu horário de trabalho
ou sessões de estudos.
Sendo
assim, listo abaixo algumas características de pessoas OCUPADAS e PRODUTIVAS.
Faça uma análise e veja onde você se encaixa. Se estiver entre as pessoas
OCUPADAS, precisa rever seus procedimentos.
PESSOAS
OCUPADAS:
Ø Não
têm FOCO, acreditam que são multitarefas. Lembre-se: NÃO somos
MULTITAREFAS como erroneamente alguns acreditam. A neurociência aponta que
o CÉREBRO não consegue processar dois estímulos ao mesmo tempo. Procure
realizar uma tarefa de cada vez e perceberá que esse procedimento aumentará sua
PRODUTIVIDADE;
Ø Pessoas
OCUPADAS são também PESSOAS INDISCIPLINADAS – não seguem uma
rotina. Dizem “SIM” para tudo;
Ø PESSOAS
DESORGANIZADAS – nunca sabem por onde começar, estão sempre
“correndo”;
Ø PESSOAS
ACUMULADORAS DE INFORMAÇÕES – buscam sempre agregar dados
que julgam importantes, mas não sabem o que fazer com eles.
PESSOAS
PRODUTIVAS:
Ø Têm METAS
claras – sabem suas prioridades – não se deixam distrair – dizem NÃO sem
culpa. Têm controle das tarefas e da sua agenda;
Ø Usam AGENDA
como ferramenta de organização do tempo de maneira disciplinada;
Ø
Mantêm seu local de
trabalho arrumado – manter
o local de trabalho organizado faz com que você ganhe mais tempo;
Ø Compreendem o
FUNCIONAMENTO DO SEU CORPO e
distribuem suas tarefas de acordo com os horários em que se sentem mais ativas
e produtivas;
Ø
Têm GRATIDÃO
pelas
OPORTUNIDADES que a vida oferece.
DICAS PARA MELHORAR A
PRODUTIVIDADE:
a. DISCIPLINA –
Determine o tempo em que ficará estudando. Ter um horário certo para iniciar e
terminar as sessões de estudos, com pausas sistemáticas e cronometradas, são
fundamentais. Outra dica é premiar o cérebro pelo esforço e desempenho com uma
atividade prazerosa: um sorvete, café, uma música, caminhada, uma olhada
RÁPIDA, muito rápida, nas redes sociais...
b. ORGANIZAÇÃO –
Deixe o ambiente de estudo organizado para evitar distrações, ou seja, desenvolva
um ritual de estudos. Eu, por exemplo, organizo minha mesa com as canetas
coloridas, notas adesivas (post it notes), música ambiente, local claro
e arejado, água ou café por perto para evitar sair fora do tempo
determinado...
c. Use AGENDA
como ferramenta de organização. Além disso, faça um checklist dos
temas que irá estudar no dia e, no final, confira as tarefas realizadas e as
pendências para o outro dia. Seu cérebro agradece, pois adora recompensas. É
gratificante a sensação de ter as metas do dia realizadas. Isso o torna mais
produtivo.
d. Deixe
o CELULAR no silencioso, estabelecendo um horário de checagem das
mensagens. De preferência, após a realização da tarefa programada. Como
se olhar o celular fosse o sistema de recompensa para seu cérebro. Indico, para
isto, que assista meu vídeo sobre o uso do WhatsApp no canal do YouTube: Cezar
Sena[2].
e. Desenvolva
uma ROTINA. Se tem família, principalmente filhos pequenos, negocie com
eles os horários, estabelecendo as tarefas do dia;
f. Procure
RELAXAR – meditar, ouvir músicas...Tenha um hobby...
Caso
não esteja conseguindo seguir o planejamento, solicite ajuda, podendo
ser por meio de mentoria, coach, conversa com amigos ou especialistas. Para
mim, a leitura de livros especializados tem ajudado muito, além de contar com a
APOIO efetivo e colaborativo da família – esposa e filhos.
Uma
ação importante para aumentar a produtividade, de tempos em tempos: pare o que
estiver fazendo e analise o processo, revise os procedimentos para verificar se
está no caminho certo. Isso é necessário para corrigir estratégias. Nunca
inicie fazendo. Antes de mais nada, pare, analise a situação e procure planejar
as melhores estratégias com o menor tempo possível.
Para
compreender melhor os processos e melhorias de desempenho, sugiro algumas
leituras. Veja o resumo das ideias no meu canal do Youtube[3],
no qual há uma série de indicações de livros, dentre os quais:
ü GOLEMAN,
Daniel. Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2014.
ü MCKNOWN,
Greg. Essencialismo. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.
ü CARNEGIE,
Dale. Liderança: como superar-se e desafiar outros a fazer o mesmo. São
Paulo: Companhia Editora Nacional, 2011.
ü BARBOSA,
Christian. A Tríade do tempo. Rio de Janeiro, Sextante, 2011.
ü BARBOSA,
Christian. Equilíbrio e Resultado. Rio de Janeiro, Sextante, 2012.
Nestes
dois últimos livros, o autor Christian Barbosa aborda a importância do TREINO e
da PERSISTÊNCIA para poder desenvolver um cérebro capaz de explorar todo o seu
POTENCIAL. Nas palavras do autor: “Treinamos quando decidimos algo, quando
planejamos, quando trocamos a PREGUIÇA pela EXECUÇÃO, quando precisamos
pensar para resolver problemas, entre outras coisas”. O
autor ainda aponta que “não importa quem sou, o que tenho, o que sei. O que
importa é a minha ATITUDE de executar, FAZER ESCOLHAS, aprender e buscar ter
PRAZER no caminho”.
Por
fim, aprenda a PRIORIZAR e a dizer NÃO para as distrações, principalmente para
aquelas pessoas que insistem em roubar seu tempo e sua energia. Aprenda a
identificar os “ladrões” de tempo e de energia. Geralmente, essas são as
pessoas que estão mais próximas de nós. Seja gentil, mas firme. Agindo assim,
certamente começará a obter os resultados positivos em pouco tempo. Boa sorte
nesta jornada, rumo à alta produtividade e à baixa procrastinação. Sucesso!
Sigam-me
pelo Instagram @cezar.sena - YouTube – Cezar Sena
Vargem
Grande Paulista, SP. 16/02/2023
[1] Mestre em Educação – PUC/SP;
Especialista em Gestão – USP; MBA em Gestão Empreendedora – UFF; Diretor de
Escola Estadual; Prof. Universitário; Escritor, Coach e Palestrante. Insta: @cezar.sena/Youtube:
Cezar Sena.
[2] https://youtu.be/MdL16TamiMg “Etiqueta
para o uso do WhatsApp como ferramenta de trabalho”
[3] @CezarSenaCZR
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