segunda-feira, 14 de abril de 2025

A DISCIPLINA COMO CHAVE PARA MELHORIA DA APRENDIZAGEM

 

Cezar Sena[1]

 

Em tempos de excessos e distrações e redes sociais, a disciplina se revela determinante para o sucesso dos alunos e o futuro da nossa sociedade. Longe de ser mera imposição, ela é a base para um aprendizado eficaz, um desenvolvimento integral e uma vida com propósito. A disciplina ajuda na concentração, respeito, responsabilidade e autogestão, permitindo que os alunos alcancem seu potencial máximo.

 

Imagine um ambiente escolar onde há disciplina, o respeito é mútuo e a responsabilidade é compartilhada, onde os alunos se sentem motivados a cumprir prazos e a se dedicar aos estudos. Esse é o poder da disciplina bem aplicada, que se manifesta em melhores notas, maior engajamento nas atividades e um senso de pertencimento e realização pessoal.

 

Em sua pesquisa sobre a mentalidade de crescimento (growth mindset), Dweck demonstra que a crença de que as habilidades podem ser desenvolvidas por meio de esforço e dedicação (em oposição a uma mentalidade fixa, que assume que as habilidades são inatas e imutáveis) está associada a maior resiliência e sucesso (DWECK, 2017). A disciplina, nesse sentido, é vista como um meio para cultivar essa mentalidade, incentivando os alunos a abraçarem desafios (como a resolução de problemas complexos), a persistirem em seus esforços (mesmo diante de dificuldades) e a aprenderem com seus erros (em vez de se sentirem derrotados). Um professor pode promover a mentalidade de crescimento ao elogiar o esforço e o progresso dos alunos, em vez de apenas o talento natural, e ao enfatizar a importância da prática e da perseverança para o aprendizado.

 

Como sabemos, a disciplina transcende os muros da escola. Ela é fundamental para a vida profissional, social e pessoal. Estudantes disciplinados se tornam cidadãos responsáveis, engajados e perseverantes, capazes de tomarem decisões conscientes e de contribuir para o bem-estar da sociedade. A disciplina é essencial para o desenvolvimento profissional e pessoal.

 

E agora? Qual o seu papel diante da disciplina? Sugiro algumas possibilidades de ações para pais, professores e comunidade:

 

  • Responsáveis: Incentivem a organização e a responsabilidade em casa. Estabeleçam rotinas de estudos, definindo horários para tarefas e descanso. Ensinem seus filhos a gerenciarem seu tempo e a priorizar as atividades, utilizando ferramentas como agendas, calendários e aplicativos de organização.
  • Professores: Criem um ambiente de aprendizado positivo e inspirador. Apliquem estratégias eficazes de disciplina, como o uso de reforço positivo, a definição de metas claras e o feedback individualizado. Incentivem a participação dos alunos nas aulas, promovendo debates, trabalhos em grupo e projetos práticos.
  • Comunidade: Apoiem iniciativas que promovam a disciplina e a cidadania. Participem de projetos sociais, programas de voluntariado e campanhas de conscientização que visem o desenvolvimento dos jovens. Ofereçam oportunidades para jovens em situação de vulnerabilidade, auxiliando-os a desenvolver suas habilidades e a alcançar seus objetivos.

 

Em um ambiente escolar, a disciplina, quando vista como um esforço conjunto para criar um ambiente de aprendizado positivo e produtivo, fortalece o senso de comunidade e incentiva a colaboração entre os alunos. Isso significa que, quando os alunos acreditam que são capazes de trabalhar juntos para manter a ordem e o respeito na sala de aula, eles se sentem mais motivados a seguir as regras e a apoiar uns aos outros (BRANDURA, 1997). Um exemplo prático seria a criação de um código de conduta elaborado em conjunto por alunos e professores, definindo expectativas claras de comportamento e promovendo um senso de responsabilidade compartilhada.

 

Perrenoud, com seus trabalhos sobre as competências para ensinar, destaca a importância da organização, da gestão da sala de aula e da criação de um ambiente de aprendizado favorável como elementos cruciais para o sucesso do professor (PERRENOUD, 2000). Ele argumenta que um professor eficaz deve ser capaz de estabelecer rotinas claras, de lidar com conflitos de forma construtiva e de criar um clima de respeito e confiança em sala de aula.

 

Para que possamos compreender plenamente a importância da disciplina como um motor para o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos, e reconhecer os efeitos negativos da indisciplina em seu desempenho acadêmico, convido você a analisar o quadro comparativo a seguir. Este recurso visual oferece um panorama completo sobre os benefícios de um ambiente escolar estruturado e as consequências de um cenário caótico, incentivando a reflexão e a adoção de práticas que promovam a disciplina e o sucesso dos estudantes. O quadro apresenta as vantagens de um ambiente disciplinado e as desvantagens da indisciplina em todos os ascpectos. 

 

Portanto a disciplina é um investimento. Ao cultivá-la, estamos capacitando nossos jovens para enfrentarem os desafios do século XXI e construir um mundo melhor. Não espere! Comece hoje mesmo a promover a disciplina em sua casa, na escola e na comunidade. O futuro dos nossos jovens depende disso, e o futuro da nossa sociedade também. Ao investirmos na disciplina, estamos investindo em um futuro mais próspero, justo e sustentável para todos.

 

REFERÊNCIAS

 

BANDURA, Albert. Autoeficácia: como alcançamos o êxito. Tradução de Sandra Maria Mallmann. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

DWECK, Carol S. Mindset: a nova psicologia do sucesso. 1ª ed. São Paulo : Objetiva, 2017.

PERRENOUD, Philippe. 10 novas competências para ensinar. Tradução de Donaldies Filgueira. Porto Alegre: Artmed, 2000.

 

 

QUADRO COMPARATIVO ENTRE DISCIPLINA X INDISCIPLINA

 


Aspecto

Disciplina (Vantagens)

Indisciplina (Desvantagens)

Ambiente

Clima positivo, respeito mútuo, foco nas tarefas, segurança física e emocional. Favorece a colaboração em projetos e estudos, reduz o estresse e a ansiedade, promovendo um ambiente de aprendizado mais eficaz.

Clima tenso, desrespeito, distração constante, insegurança física e emocional. Dificulta a colaboração em grupo, aumenta o estresse e a frustração, criando um ambiente hostil ao aprendizado.

Desempenho

Melhores notas em avaliações, engajamento ativo nas atividades, organização do tempo e materiais. Aumenta as chances de aprovação em exames e de sucesso acadêmico, preparando para desafios futuros.

Notas baixas, desinteresse pelas aulas, desorganização com horários e tarefas. Aumenta o risco de reprovação, evasão escolar e dificulta o desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida.

Habilidades

Autogestão do tempo e tarefas, responsabilidade com compromissos, foco na execução, ética profissional e pessoal, resiliência diante de obstáculos, liderança em projetos e equipes. Desenvolve pensamento crítico, problem-solving e criatividade.

Dificuldade de autogestão, irresponsabilidade com prazos, falta de foco em atividades, impulsividade nas decisões, falta de ética, baixa resiliência a críticas. Dificulta o problem-solving, o pensamento crítico e a capacidade de inovação.

Relacionamentos

Melhores relações interpessoais, respeito às diferenças, colaboração em equipe, comunicação eficaz e assertiva, empatia com os colegas. Facilita a resolução de conflitos de forma construtiva, promovendo um ambiente harmonioso.

Dificuldade em construir relacionamentos saudáveis, desrespeito às opiniões alheias, competição excessiva, comunicação ineficaz e agressiva, falta de empatia. Aumenta a probabilidade de conflitos e isolamento social.

Futuro

Sucesso profissional, melhores oportunidades de emprego, carreira gratificante e bem-sucedida, contribuição social positiva para a comunidade. Maior realização pessoal, satisfação com a vida e qualidade de vida.

Sucesso profissional limitado, menos oportunidades no mercado de trabalho, dificuldade em construir uma carreira estável, contribuição social reduzida. Menor realização pessoal, insatisfação com a vida e baixa qualidade de vida.

Saúde Mental

Reduz o estresse, a ansiedade e a depressão, promovendo o bem-estar emocional e psicológico. Aumenta a autoconfiança, a autoestima e o senso de propósito na vida.

Aumenta o estresse, a ansiedade e a depressão, prejudicando o bem-estar emocional e psicológico. Diminui a autoconfiança, a autoestima e o senso de propósito na vida.

Impacto Social

Cidadãos responsáveis e engajados com a sociedade, participação ativa na comunidade, contribuição para um mundo mais justo e igualitário.

Cidadãos menos responsáveis e engajados, participação limitada na comunidade, contribuição reduzida para a sociedade e para o bem-estar coletivo.

Essência

A disciplina cria um ciclo virtuoso de aprendizado e desenvolvimento contínuo, impactando positivamente todas as áreas da vida, desde o âmbito pessoal até o profissional e social.

A indisciplina gera um ciclo vicioso de fracasso e dificuldades, limitando o potencial dos indivíduos e prejudicando a sociedade como um todo, com consequências negativas em diversas áreas.

 

 


[1] Mestre em Educação – PUC/SP; Especialista em Gestão – USP; MBA em Gestão Empreendedora – UFf; Neuropsicopedagogo - Censupeg. Diretor de Escola Estadual; Prof. Universitário; Escritor, Coach e Palestrante.  Insta: @cezar.sena / Youtube: @podsena


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Educação Especial: Acolher, Incluir e Promover Protagonismo [1]


Cezar Sena[2]

 

RESUMO

 

O artigo "Educação Especial: Acolher, Incluir e Promover Protagonismo" destaca a importância de uma abordagem inclusiva na educação, focando no acolhimento, na inclusão efetiva e no desenvolvimento do protagonismo dos alunos. Como diretor da Escola Estadual Valêncio Soares Rodrigues, compartilho as experiências de implementação de práticas que beneficiam alunos da educação especial. A escola busca criar um ambiente de aprendizado acolhedor e colaborativo, onde as individualidades são respeitadas e potencializadas. Iniciativas como a transição planejada de novos alunos, o uso de relatórios pedagógicos detalhados e a implementação do programa de Alunos Embaixadores de Tecnologia são exemplos de esforços que resultaram em maior autonomia e melhor desempenho escolar. A abordagem reflete um compromisso contínuo com uma educação transformadora e inclusiva.

 

 

INTRODUÇÃO

 

Como diretor da Escola Estadual Valêncio Soares Rodrigues, tenho observado de perto os desafios e as recompensas de implementar uma educação para todos e com todos. Um trabalho árduo, feito com várias mãos, resultado de um trabalho de equipe: profissionais da escola em parceria com as famílias dos alunos elegíveis da educação especial. Acredito que a escola deve ser um espaço de acolhimento, inclusão e promoção do protagonismo dos estudantes. Neste artigo, compartilho nossas experiências exitosas e as práticas que adotamos para oportunizar uma educação pública de qualidade para todos, conforme preconiza as legislações.

 

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

Ao longo dos anos, percebi que a relação entre professores e alunos é fundamental para criar um ambiente acolhedor. De acordo com Sena (2013:39) as relações afetivas positivas são determinantes para o sucesso dos alunos. “As relações afetivas promotoras de bem-estar podem contribuir para a melhoria do desempenho do aluno”. Assim o acolhimento é uma ação primordial para o desenvolvimento de um clima escolar favorável a aprendizagem. Sabendo que o ambiente influencia diretamente a aprendizagem, como aponta Corey (2015), nos esforçamos para tornar nossa escola um espaço onde cada aluno se sinta parte de uma comunidade que valoriza sua individualidade, evidenciando suas potencialidades em detrimento as fragilidades.

 

Quando os alunos se sentem acolhidos, respeitados e pertencentes ao espaço, de fato a inclusão escolar acontece. Para Mantoan (2006), inclusão é mais do que integrar alunos com necessidades especiais em salas regulares, mas garantir que todos os alunos possam participar ativamente do processo educacional aprendendo o que precisa ser aprendido. Segundo a autora, a verdadeira inclusão só ocorre quando houver aprendizagem efetiva.

 

Na obra Educação um tesouro a descobrir, Delors (2001) nos inspira a ver a educação como um tesouro, incentivando cada aluno a explorar seu potencial máximo. “A educação tem por missão por um lado, transmitir conhecimentos sobre a diversidade da espécie humana e, por outro, levar as pessoas a tomar consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta” (p.97).

 

Peter Senge (2005) aponta que as escolas devem ser ambientes de aprendizagem contínua. Em nossa escola, isso se manifesta através de práticas que incentivam a colaboração e o protagonismo dos alunos.

 

Uma sala de aula aprendente requer métodos e infraestrutura que possibilitem que todos fomentem o sucesso uns dos outros de forma deliberada. Isso significa concentrar-se em mudar as maneiras como as pessoas pensam e interagem e reconhecer que os estudantes aprendem de formas múltiplas e que suas capacidades não são fixadas no momento do nascimento. Nessa classe (escola), os estudantes reconhecem que parte do seu propósito é certificar-se de que todos tenham sucesso (SENGER, 2025:72).

Portanto, o protagonismo sênior e a liderança do diretor são fundamentais para assegurar um clima escolar positivo e propício à aprendizagem de todos os alunos. Além disso, garantem que todos os membros envolvidos no processo educacional cumpram suas funções e responsabilidades em prol de um projeto coletivo e colaborativo, centrado no aprendizado dos alunos. Nesse contexto,

 

a ação do diretor, não é apenas uma ação política ou ideológica, nem unicamente uma necessidade técnica ou administrativa, mas uma questão científica pedagógica, exigindo do diretor uma nova postura de liderança, pois, num certo sentido, é no âmbito do espaço escolar que todos os outros níveis de estudos e intervenção devem ser empreendidos. Diante de uma realidade essencialmente dinâmica e de conflito, a preocupação em se administrar passa a ser, sobretudo, com a integração num contexto altamente diferenciado e com o controle da ação coletiva (SENA, 2012).

 

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA.

 

Ação 1: Acolhimento e Transição de Alunos

 

Anualmente no final do ano, os alunos do 5º ano das escolas municipais vizinhas, vem conhecer sua futura escola, passando uma manhã conosco. Esta ação, se tornou uma prática essencial, já alguns anos. Planejamos cuidadosamente cada detalhe para garantir que os alunos se sintam acolhidos e compreendam a dinâmica de uma escola de Ensino Integral de 9 horas.

 

No dia da visita, os alunos e a equipe da escola visitante, eram recebidos pelo time de alunos acolhedores e pela equipe gestora. Os acolhedores apresentavam todos os espaços da escola e suas funcionalidades, além dos profissionais e suas funções. Vale lembrar que a visita ocorria num dia de aula normal. Eles faziam uma imersão na dinâmica da escola. Era emocionante ver a alegria nos rostos dos alunos enquanto exploravam sua futura escola, se encontrando com parentes, amigos e vizinhos de bairro. Eles ficavam encantados com os espaços, equipamentos e dinâmica da escola. A ação se mostrou determinante para o bom desempenho dos alunos no 6º ano.

 

 

Ação 2: Educação Especial: relatórios pedagógicos

 

A educação especial sempre foi uma prioridade para nós. Trabalhamos em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Vargem Grande Paulista para entender as necessidades específicas de cada aluno que receberíamos no ano seguinte. Ao final de cada ano letivo a Secretaria nos enviam relatórios pedagógicos dos alunos com dificuldades de aprendizagem dos elegíveis da Educação Especial (com ou sem laudos). Essa ação é determinante para o nosso Planejamento anual. Com os relatórios em mãos, nossa equipe pedagógica analisava e preparava as ações, tais como:

 

2.1 Reunião individual com os responsáveis dos alunos da Educação Especial. Relato o caso da mãe de um aluno (Deficiência Intelectual). A mãe estava muito ansiosa, angustiada e com muito medo dessa transição, pois o filho além das dificuldades de aprendizagem tinha dificuldades de locomoção e ela estava receosa que os outros alunos machucassem seu filho. Queria que eu garantisse a segurança do seu filho, que nada iria acontecer com ele, além de profissionais exclusivos para cuidar dele, inclusive dentro da sala de aula, como tinha na rede municipal. Após a escuta, informava que compreendia sua preocupação, mas não poderia atender suas expectativas. Apresentava os serviços disponível da Rede Estadual e a leitura do Relatório enviado secretaria de educação, que no caso do seu filho, não apontava a necessidade de todos os apoios que solicitava da nossa escola. O laudo não determinava o tipo de apoio. Por fim, solicitei que confiasse no nosso trabalho e que trabalhássemos em parceria, que deveria permitir que o seu filho desenvolvesse sua autonomia. Após a conversa, combinamos que o aluno sairia mais cedo, até adaptar às 9h na escola. O que ocorreu antes do combinado. O aluno praticamente não necessita de apoio, aprendeu a solicitar suas demandas, se comunicar com todos na escola, se desenvolvendo a cada dia. Ver o progresso desse aluno e de outros, está sendo uma experiência gratificante para toda nossa equipe.

 

2.2. Orientações aos professores. Após a análise dos relatórios, a equipe pedagógica juntamente com o professor colaborativo, de apoio e da Sala de recursos, preparava orientações para os professores, tanto individualmente, quanto nos ATPC (Aula de Trabalho Pedagógico Coletivo).

 

Uma outra experiencia exitosa foi o caso de uma aluna com TEA (Transtorno do Espectro Autismo), que antes dessas formações e orientações não parava na sala de aula e só queria ficar no pátio perambulando e pedindo as “CONÍFERAS” para pintar. Após os alinhamentos, elaboração de planos de aulas e presença da professora de apoio, o avanço pedagógico da aluna foi impressionante, parou de pedir coníferas, permaneceu na sala de aula e começou a realizar todas a atividades propostas. Se adaptou muito bem com as atividades das plataformas digitais, realizando todas. Ficou encantada com o MATIFIC. Os alunos embaixadores de tecnologia sempre ajudavam com o uso do tablet e notebook no início. Hoje ela já desenvolveu sua autonomia e só avança na sua aprendizagem.  

 

Ação 3: Alunos Embaixadores de Tecnologia

 

Uma das iniciativas mais inovadoras que adotamos foi a criação do programa de alunos embaixadores de tecnologia. A ação foi liderada pela professora coordenadora pedagógica, que tinha intenção de suprir a falta de PROATEC e dificuldades de alguns professores em lidarem com as novas tecnologias. Assim, identificamos e treinamos alunos com habilidades tecnológicas para auxiliar seus colegas e professores. Esses alunos eram das suas próprias turmas, alguns deles eram líderes de turmas. Suas principais ações eram:

 

3.1 Organizar os tablets e notebook, conferir se as quantidades que iam para sala retornavam. Colocar para carregar e ajudar na limpeza dos aplicativos de jogos que alguns alunos baixavam indevidamente;

 

3.2 Auxiliar na logística de organização da sala para a realização da PROVA PAULISTA e nas aulas de mutirão para contemplarem as PLATAFORMA DIGITAIS

 

3.3 Auxiliar os professores na organização das mídias: conectar TV, notebooks, datashow.

 

Foi incrível ver como esses alunos não só facilitavam o uso dos recursos digitais, mas também se tornavam verdadeiros líderes dentro da escola. Foi um crescimento recíproco, na medida que colaboravam com seus colegas, também se desenvolviam suas habilidades cognitivas e emocionais. A melhoria no desempenho acadêmico e a redução da indisciplina foram evidentes. Ficamos especialmente orgulhosos de ver como os alunos se sentiam valorizados e engajados.

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Refletindo sobre essas experiências, estamos convencidos de que quando a escola se compromete de forma organizada e coletiva, é possível acolher, incluir e desenvolver o protagonismo de todos os envolvidos no processo educacional. Nossa escola se tornou um exemplo de como práticas intencionais e planejadas, podem transformar a educação e proporcionar um ambiente de aprendizado significativo e colaborativo.

 

Após implementar e observar as iniciativas de acolhimento, educação especial e o empoderamento dos alunos em tecnologia, fica evidente que essas práticas têm potencial transformador na experiência educacional. A integração harmoniosa com a rede municipal possibilitou transições positivas para nossos alunos, reforçando a ligação entre as comunidades escolares. O apoio individualizado em educação especial tem iluminado caminhos de aprendizagem que valorizam cada aluno em sua singularidade, destacando casos de sucesso como da aluna com TEA. Já nossos alunos monitores de tecnologia não só ajudaram a agilizar o acesso às plataformas digitais, como também contribuíram para aprimorar coletivamente os resultados escolares e o seu autodesenvolvimento.  

 

Ao refletir sobre esses resultados, vejo que essas ações foram fundamentais para transformar desafios em conquistas e renovar nosso compromisso com uma educação inclusiva e inovadora. Que sejamos inspirados a continuarmos a avançar juntos, explorando novas estratégias e fortalecendo nosso trabalho em prol da melhoria da aprendizagem para e junto com TODOS os alunos.

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

 

COREY, Benedict. Como aprendemos. Editora Campus, 2015.

DELORS, Jacques. Educação um tesouro a descobrir. Editora Cortez, 2001.

MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusão Escolar. Summus Editorial, 2006.

SENA, Clério Cezar Batista, Clima organizacional escolar: o gestor como indutor de mudanças. Especialização em gestão da escola para diretores. Faculdade de Educação da USP / REDEFOR. TCC:  São Paulo, 2012

SENA, Clério Cezar Batista. A relação afetiva professor e aluno, revelada por seus diários. Editora Appris, 2013.

SENGE, Peter. Escolas que aprendem. Artmed, 2005.

 



[1] Artigo resultado do relato de Boas Práticas - Encontro de Líderes pela Aprendizagem da Secretaria de Estado de Educação de São Paulo, em 13 de fevereiro de 2025 em Santos, SP.

[2] MESTRE em Educação – PUC/SP; Especialista em Gestão da Escola – USP; MBA em Gestão Empreendedora – UFF; Neuropsicopedagogo; Psicopedagogo e Pedagogo. Diretor da EE VALÊNCIO SOARES RODRIGUES; Professor universitário; Escritor; Palestrante, Coach e blogueiro.  Insta: @cezar.sena

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