segunda-feira, 13 de outubro de 2025

DIA DOS PROFESSORES: A VOCAÇÃO NÃO PAGA AS CONTAS!

Cezar Sena[1]

 

No Dia dos Professores, nossa enquete revelou o perfil do educador inesquecível: aquele que demonstra empatia genuína, domina a didática para tornar o conhecimento acessível e, acima de tudo, crê firmemente no potencial transformador de cada aluno. Essas qualidades são o alicerce para inspirar e moldar gerações, criando um ambiente de aprendizado acolhedor e estimulante, fundamental para o desenvolvimento integral dos estudantes.

 

Este ideal, contudo, contrasta dolorosamente com a realidade diária enfrentada pela categoria. Enquanto discursos de valorização ecoam em datas comemorativas, a prática esbarra em desafios sistêmicos: baixos salários que não condizem com a formação, a responsabilidade e o custo de vida, gerando desmotivação e dificuldade em atrair e reter novos talentos; uma crônica falta de reconhecimento que se manifesta na ausência de planos de carreira claros, oportunidades de desenvolvimento profissional contínuo e na desvalorização social da profissão; e ambientes de trabalho frequentemente hostis.

 

Esses ambientes são marcados em algumas escolas por salas de aula superlotadas, que impedem a atenção individualizada e sobrecarregam o educador, comprometendo a qualidade do ensino; pela crescente violência — seja ela verbal, física ou até mesmo digital, vinda de alunos, pais ou da comunidade — que afeta a segurança e o bem-estar mental de docentes e alunos; e por uma burocracia excessiva que desvia tempo precioso do planejamento pedagógico e da interação com os estudantes para tarefas administrativas repetitivas e muitas vezes desnecessárias. Tais condições minam não apenas a saúde física e mental dos professores, levando a quadros de estresse, ansiedade e burnout, mas também a dedicação e a paixão pela docência.

 

Mais que palmas e homenagens simbólicas em feriados, professores clamam por DIGNIDADE em sua atuação profissional, SALÁRIOS justos e compatíveis com a importância de sua função e o nível de formação exigido, e RESPEITO incondicional às suas condições de trabalho. Isso inclui infraestrutura adequada nas escolas, recursos pedagógicos atualizados, formação continuada de qualidade e um ambiente seguro e propício ao ensino e à aprendizagem, onde possam exercer sua profissão com autonomia e apoio.

 

Basta de romantizar a vocação docente como uma justificativa para a precariedade e a exploração! Ensinar é uma PROFISSÃO complexa, estratégica e essencial para o desenvolvimento de qualquer nação, que exige e merece condições justas e valorização real. É hora de transformar os discursos em políticas públicas efetivas e sustentáveis, que garantam o devido valor, suporte contínuo e a segurança necessária a quem tem a nobre missão de moldar o futuro de nossa sociedade.


Disponível também em: https://online.fliphtml5.com/rgvgs/xmnm/#p=4




[1] MESTRE em Educação – PUC/SP; Especialista em Gestão da Escola – USP; MBA em Gestão Empreendedora – UFF; Neuropsicopedagogo; Psicopedagogo e Pedagogo. Diretor da EE Valêncio Soares Rodrigues; Professor universitário; Escritor; Palestrante, Host do PODSENA, Coach e Influencer digital.  Instagram: @cezar.sena

DIA DOS PROFESSORES: A VOCAÇÃO NÃO PAGA AS CONTAS!

Cezar Sena [1]   No Dia dos Professores, nossa enquete revelou o perfil do educador inesquecível: aquele que demonstra empatia genuína, ...